Durante a gravidez, o corpo passa por diversas mudanças hormonais e anatômicas, que ajudam no desenvolvimento do bebê, mas que também podem tornar a mulher mais suscetível a algumas condições, como a infecção urinária. Esse problema é relativamente comum e, segundo estudos, afeta cerca de 10% das gestantes.
Globalmente, estima-se que metade das mulheres terá pelo menos um episódio de infecção urinária ao longo da vida, e nos Estados Unidos, por exemplo, esse problema é responsável por aproximadamente 6 milhões de consultas médicas anuais, conforme dados do National Hospital Ambulatory Medical Care Survey. No Brasil, a realidade é similar, e o tratamento adequado durante a gestação é fundamental para evitar complicações sérias.
Por que a infecção urinária na gravidez é comum?
A infecção urinária na gravidez ocorre devido a uma série de fatores anatômicos e hormonais próprios da gestação. Uma das principais razões para o aumento da propensão a infecções urinárias nesse período é a alteração no sistema urinário. O crescimento do útero e a pressão sobre a bexiga e os rins dificultam o esvaziamento completo da bexiga. Isso contribui para o acúmulo de urina, criando um ambiente ideal para o crescimento de bactérias.
Além disso, a progesterona, o hormônio da gravidez, relaxa a musculatura do trato urinário, o que reduz ainda mais o fluxo de urina e facilita o crescimento bacteriano. Esses fatores, combinados com a redução da imunidade natural durante a gravidez, tornam a mulher mais vulnerável à infecção urinária.
Quais os sinais de infecção urinária na gravidez?
Os sinais de infecção urinária na gravidez podem ser sutis e muitas vezes confundidos com os desconfortos naturais da gestação, como o aumento da frequência urinária e os desconfortos abdominais. No entanto, quando presentes, é importante estar atenta a esses sintomas para evitar complicações. Abaixo, estão os principais sinais de infecção urinária na gravidez:
Queimação ao urinar
Entre os sinais de infecção urinária na gravidez, este é um dos mais recorrentes. Trata-se de uma sensação que pode ser desconfortável e, muitas vezes, está associada à cistite, que é a infecção da bexiga.
Frequente necessidade de urinar
Durante a gravidez, é normal que a mulher precise urinar com mais frequência devido ao aumento do volume sanguíneo e à pressão do útero sobre a bexiga. No entanto, se a frequência urinária aumentar de maneira exagerada, sem que haja uma quantidade significativa de urina, isso pode indicar uma infecção.
Dor no baixo abdômen ou nas costas
A infecção urinária pode causar dor ou pressão na parte inferior do abdômen ou na região lombar. Essa dor pode ser persistente e indicar uma infecção no trato urinário superior (nos rins).
Febre e calafrios
A febre baixa, acompanhada de calafrios, é outro sinal importante de que a infecção pode estar se espalhando para outras partes do trato urinário, como os rins. Se não tratada, a infecção urinária pode evoluir para uma pielonefrite (infecção nos rins), que é mais grave.
Urina turva ou com odor forte
Mudanças na aparência e no odor da urina podem ser indicativas de infecção. A urina pode se tornar turva, com uma coloração mais escura, ou exalar um odor forte e desagradável.
Sangue na urina
A presença de sangue na urina, conhecida como hematúria, é um sintoma que deve ser investigado imediatamente, pois pode ser um sinal de infecção urinária ou de outra condição médica. Se você estiver percebendo qualquer um desses sinais de infecção urinária na gravidez, é fundamental procurar ajuda médica o mais rápido possível. Quanto mais cedo a infecção for identificada, menores as chances de complicações graves.
Como a infecção urinária pode afetar a gestação?
Se não tratada de maneira adequada, a infecção urinária na gravidez pode causar uma série de complicações sérias para a mãe e para o bebê. Alguns dos principais riscos incluem:
Parto prematuro
Infecções urinárias podem aumentar o risco de parto antecipado, especialmente se a infecção atingir os rins, causando um quadro mais grave. A infecção pode desencadear contrações prematuras, resultando no nascimento do bebê antes do esperado. Embora não haja dados oficiais sobre a relação exata entre infecção urinária e parto prematuro, é importante que o exame de urina, que verifica células e bactérias na urina, e a urocultura, que identifica as bactérias e sua resistência a antibióticos, sejam realizados regularmente no pré-natal, a cada trimestre.
Aborto espontâneo
Infecções graves, como a pielonefrite, podem aumentar o risco de aborto espontâneo, devido à pressão que a infecção coloca no sistema reprodutivo e no sistema imunológico da mulher.
Infecção renal (Pielonefrite)
Se a infecção urinária não for tratada adequadamente, ela pode evoluir para uma infecção nos rins, conhecida como pielonefrite. Essa condição pode ser muito grave e exigir internação hospitalar.
Sepse
Em casos mais graves, a infecção urinária pode resultar em sepse, uma infecção generalizada no corpo que pode ser fatal, tanto para a mãe quanto para o bebê.
Risco de mortalidade neonatal
A infecção urinária não tratada pode resultar em complicações sérias para o bebê, incluindo baixo peso ao nascer, doenças respiratórias e, em casos extremos, risco de morte neonatal.
Diagnóstico da infecção urinária na gravidez
O diagnóstico de infecção urinária na gravidez é simples e eficaz, sendo realizado a partir de exames de urina, que já são de rotina durante o acompanhamento pré-natal. O exame de urina tipo I (EAS) e a urocultura são os mais comuns para identificar a presença de bactérias no trato urinário. Esses exames podem ser feitos periodicamente para garantir que a gestante não desenvolva infecções urinárias durante a gestação. Conte com a Quali Saúde para seus exames em Ribeirão Preto/SP!
Em alguns casos, a mulher pode ser orientada a fazer exames adicionais, caso haja sinais de infecção nos rins ou complicações mais graves. A realização de exames regulares e o acompanhamento médico constante durante a gestação ajudam a evitar que a infecção se torne uma ameaça maior.
Como tratar a infecção urinária na gravidez?
O tratamento para infecção urinária durante a gestação é baseado em antibióticos que são seguros para o bebê. O médico irá prescrever o medicamento adequado para tratar a infecção, com base no tipo de bactéria identificado. O tratamento geralmente dura entre 7 e 14 dias, e é crucial que a gestante siga as orientações médicas e complete o ciclo de antibióticos.
Além disso, outras terapias podem ser indicadas para aliviar os sintomas, como o uso de analgésicos para dor e anti-inflamatórios para reduzir a inflamação.
Recentemente, publicamos aqui no blog da Quali Saúde um artigo interessante sobre como tratar a infecção urinária. Não deixe de conferir!
Prevenção de infecção urinária na gravidez
Manter uma boa higiene íntima, beber muita água e não deixar de urinar quando sentir vontade são práticas essenciais para a prevenção da infecção urinária durante a gestação. A gestante também deve evitar o uso de produtos perfumados na região genital e sempre adotar hábitos saudáveis de alimentação, fortalecendo seu sistema imunológico.
Perguntas frequentes sobre sinais de infecção urinária na gravidez
1. Infecção urinária na gravidez é perigosa?
Sim, a infecção urinária pode ser muito perigosa se não tratada. Ela pode levar a complicações como parto prematuro, infecção renal e até risco de aborto.
2. O que é infecção urinária em gestantes?
A infecção urinária na gravidez ocorre quando bactérias invadem o trato urinário, causando sintomas como dor ao urinar, febre e urina turva. Esse problema é comum devido às mudanças hormonais e anatômicas do corpo da gestante.
3. Pode ter relação com infecção urinária na gravidez?
Sim, o aumento da frequência urinária é comum durante a gravidez, mas quando vem acompanhado de dor, ardência ou desconforto, é um sinal claro de infecção urinária que deve ser investigado.
4. É normal sentir a bexiga doer na gravidez?
Não é normal. Embora seja comum precisar urinar com mais frequência na gravidez, dor ou queimação ao urinar pode ser sinal de infecção urinária e deve ser tratado.
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